Desde dezembro de 1549 que o povo cristão comemora o dia da bíblia. Começou na Grã-Bretanha e foi se espalhando pelo mundo junto com as missões transculturais.[1] Obviamente, assim como todo dia é dia da mãe, da mulher, da consciência negra, etc, todo dia é dia da bíblia. Mas acho bacana algumas dessas datas comemorativas, pois elas podem gerar reflexões que ficam meio apagadas ao longo do ano. Por isso, quero aproveitar a data e pensar um pouco nessa coleção de livros com vocês.
Ao estudar um pouco missiologia nesse semestre, me orgulhei dos missionários cristãos, pois uma das principais preocupações que eles tinham era justamente traduzir trechos das Escrituras para a língua local. Isso evidencia que não existe proclamação das boas novas e vida cristã sem bíblia.
Não é sobre traduções bíblicas que pretendo escrever, isso a gente deixa para uma série no #BTCast, mas quero lhe fazer uma pergunta: Até onde você iria ou o que você faria para conseguir uma bíblia? Hoje em dia responder essa pergunta é simples na verdade, somos bombardeados de exemplares bíblicos e versículos por todos os lados, em hotéis, motéis, restaurantes, outdoors, internet e por aí vai. O acesso a ela é fácil para a maioria de nós.
Nem sempre foi assim, por isso, dando um salto histórico, pulando muitos mártires, quero lhes contar a história de uma menina, que tinha um único sonho: ter a sua própria bíblia.
Em 1792 não era comum todos os membros de uma igreja terem bíblia em suas casas, isso ainda era privilégio de poucos. Bíblias e livros eram caros, e por isso tinham pouca circulação em regiões pobres. Mary Jones morava numa pequena vila chamada de Llan, no país de Gales. Ela queria ter uma bíblia em sua casa para poder rever as lindas histórias que ouvia na igreja. Porém, a vida de Mary não era fácil, e isso tornava seu sonho difícil. Era de família pobre, não sabia ler e não tinham escolas nas redondezas. Esse sonho nasceu quando ela tinha oito anos.
Aos dez, com o sonho ainda vivo dentro de si, alimentado a cada história ouvida na igreja, Mary teve a oportunidade de aprender a ler. Numa vila vizinha abriu uma escola primária e ela não perdeu tempo, foi uma das primeiras a se matricular e se tornou uma das primeiras da classe. Ela agora sabia ler, só faltava o dinheiro.
Fazendo pequenos serviços, como cuidar de crianças e apanhar lenha na mata para idosos, Mary ganhava alguns trocados, mas como precisava juntar mais, comprou galinhas e começou a vender os ovos. Após um ano de economias, ela abriu o cofre e pra sua decepção, a quantia ainda estava longe do preço de uma bíblia. Durante o segundo ano de poupança, aprendeu a costurar, isso fez suas reservas aumentarem, ainda que não o suficiente para a realização do seu sonho.
No terceiro ano seu pai ficou doente e parou de trabalhar, por isso, as economias de Mary foram para o sustento da família naquele ano. Mas ela não desanimou e no quarto ano, agora com 15 anos, conseguiu dinheiro para comprar sua bíblia. O desafio agora era: onde comprar?
Seu pastor a havia informado que não eram vendidas bíblias na cidade de Llan nem nas vilas vizinhas, o lugar mais próximo ficava a 40 quilômetros dali. Depois de convencer seus pais, Mary partiu a pé para a cidade de Bala. Foram horas caminhando descalça, pois tinha que poupar a sola do seu sapato. No início da noite ela chega à casa do Rev. Thomas Charles, que costumava ter exemplares das escrituras para vender às pessoas da região. Para seu desespero, o pastor lhe disse que os exemplares extras que possuía já tinham sido vendidos, só faltava entregar. Ao ouvir isso, Mary começou a chorar e em meio às lágrimas contou toda a história para o reverendo. Comovido, foi até o armário e entregou uma daquelas bíblias para ela. Finalmente, depois de anos de espera e dedicação, Mary Jones poderia ler a sua própria bíblia.
Foi essa experiência de vida a mola propulsora para que no dia 7 de março de 1804 fosse fundada a SBBE – Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, com o propósito de traduzir, imprimir e distribuir a Bíblia para o mundo todo![2]
Eu iria falar algumas coisas, mas penso que a história de Mary Jones é mais que suficiente para tirarmos o pó de nossas bíblias e torná-la mais importante em nossa vida!
O dia da Bíblia é sempre o segundo domingo de Dezembro.
quando eu era pequena ganhei um livro infantil chamado "A Bíblia de Mary Jones" que contava a história dela. Foi por causa do livro (e da Mary) que me apaixonei por Bíblias. Hoje tenho 6 bíblias, em linguagens e traduções diferentes =)
Nossa estou fazendo uma programação aqui em minha igreja do dia Bíblia.Mary Jones,mostra uma amor perdido por muitos:a sede de ter a palavra de Deus como prioridade,sede está que possibilitou o surgimento da tão conhecida SBB,que inclusive patrocina este evento tão esquecido por muito.Valeu Bibo por Lembrar aquele meu pedido..
Amo Bíblias… Antes de me converter já procurava ler um pouco. Na igreja em que participo acho bonito, pois os pais compram biblias para seus filhos mesmo antes de saberem ler, é uma forma de incentivo. Nos cultos comuns (domingos), enquanto o pastor ler e da seu sermão elas ficam folheando como se estivessem lendo.
Ótimo texto, Ótima história!!!
Essa, deve ser a realidade de todo cristão.
Penso que o facil acesso à Biblia e aos variados formatos (escrita, digital), versões (ARA, NVI,
Linguagem de hoje) e aplicações (para pastor, para criança, para estudos) nos fizeram e tornaram superficiais em relação a entender o quanto houve dedicação de homens para pelo menos fazer em uma cópia dela; pense: uma longa couraça de estomago de boi, uma espécie de pirógrafo e uma candeia para poder aquecer em brasa a ponta para escrever uma ou duas letras; tempo dedicação total. Hoje se fosse para fazer uma copia com caneta esferografica achariamos loucura tal tarefa.
Isso tudo pra dizer o quanto nos tornamos petreficados e insensiveis.
Abraço e parabéns!!!
Que linda a história, um grande exemplo para que possamos meditar nessas belas palavras de vida, de dia e de noite.
Lindo
Que história linda, Glória a Deus por exemplos de vida como Mary Jones.