Eu vos declaro Amor e Respeito

Depois de alguns anos casado – estou indo para o sétimo ano e muito bem casado, diga-se de passagem -, chega um momento em que o marido precisa confrontar a forma como as coisas estão indo. Em geral, o peso da responsabilidade de manter o relacionamento recai sobre o homem, dada as várias passagens bíblicas […]



23 de maio de 2012 Bibo Reflexões

Depois de alguns anos casado – estou indo para o sétimo ano e muito bem casado, diga-se de passagem -, chega um momento em que o marido precisa confrontar a forma como as coisas estão indo. Em geral, o peso da responsabilidade de manter o relacionamento recai sobre o homem, dada as várias passagens bíblicas e mandamentos que salientam essa verdade.

Um desses textos está na carta de Paulo aos Efésios, capítulo 5, versículo 33, que diz:

“Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.” (NVI)

Não é incomum que esses dizeres pesem nas costas dos homens, dada a freqüência com que vemos as mulheres cristãs recitando-os de modo a reforçar tão grande tarefa. Mas infelizmente a verdade contida nessa passagem está sendo vivida e entendida pela metade, em especial pelas próprias mulheres.

Se você está lendo este texto e é uma mulher, talvez seja um desafio para você lê-lo até o fim sem torcer o nariz. A questão é que quero falar de um problema que ninguém melhor do que um homem para expô-lo, haja visto que se trata de uma necessidade intrínseca ao gênero masculino. A essa necessidade chamamos de respeito. Longe de mim passar por arrogante, pois de maneira alguma acho que somente o homem detém a verdade sobre esse assunto, mas ao contrário, encare como um conselho que deve ser guardado no seu coração.

Bem, caso você tenha notado, a última parte de Ef 5:33 trás uma responsabilidade para as esposas que tem passado despercebida na realidade do matrimônio. Aliás, a sociedade atual com seus valores distorcidos tem dado sua parcela de contribuição para esse desvio. Estamos na era onde o amor é super enfatizado. Paradoxalmente, ele é tanto a solução como o problema dos relacionamentos, quer dizer, casa-se somente por amor e descasa-se somente pela falta dele. Sim, estamos saturados de amor! Há livros e mais livros abarrotando as prateleiras das livrarias dissecando o amor nos mínimos detalhes, sem contar nos inumeráveis sites e blogs que trilham o mesmo caminho. Se quisermos constatar esse fato de uma forma mais prática, basta procurarmos por cartões de felicitações que contenham o frase “eu te respeito”. Sim, eu sei, você não vai achar. Já a frase “eu te amo”…

Todavia, preciso apelar ao texto bíblico. Quando Paulo diz “ame” e “trate” respectivamente ao marido e a esposa, ele usa o verbo no modo imperativo, como sendo um mandamento, uma ordem. Logo, a questão não tem tanto a ver com sentimento, mas com atitude. Maridos, hajam amorosamente com suas esposas. Esposas, hajam respeitosamente com seus maridos.

Um segundo ponto a respeito dessa passagem tem a ver com a incondicionalidade do “ame” e do “trate”. Cristo morreu pela igreja incondicionalmente, quando ainda éramos pecadores (Rm 5:8), ou seja, Ele não esperou nada dela em troca para fazê-lo. Da mesma maneira o marido deve amar a esposa incondicionalmente, de forma que ela não precisa ganhar e se esforçar para ter o seu amor. Logo, também o marido não precisa ganhar e se esforçar para ter o seu respeito, ele deve ser incondicional.

É verdade que nem sempre os dois lados possuem a mesma maturidade, mas é aí que entra a incondicionalidade, seja do amor do marido pela sua esposa, seja do respeito da esposa pelo seu marido. A incondicionalidade desses mandamentos dados aos cônjuges tem o poder de dar equilíbrio e estabilidade a relação quando a mesma não vai bem. Posso imaginar como deve ser difícil para uma mulher respeitar seu cônjuge a despeito das atitudes desamorosas dele. Mas respeitar o marido incondicionalmente proporcionará terreno para que ele haja amorosamente.

O Apóstolo Pedro fala sobre isso nos seguintes termos (grifo meu):

“Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher (1ªPe 3:1 – NVI)

Ainda que a passagem esteja descrevendo um caso onde o marido é descrente – situação que é mais crítica em relação a quando ambos servem ao Senhor -, fica evidente como o agir respeitoso e incondicional de uma esposa faz bem não só para o casamento como também ao próprio marido. Se você ainda tem dúvidas e quer uma prova de como o respeito é algo vital para o sexo masculino, converse com um homem que possui queixas sobre sua esposa e pergunte a ele do que sente falta nela. É grande a probabilidade de a resposta ser “ela não me respeita mais”.

Não é que homens não precisam ser amados e mulheres não precisam ser respeitadas, mas sim, como eu já disse anteriormente, que cada gênero possui uma necessidade nata com a qual Deus os dotou. Entenda, assim como um ser humano pode viver mais tempo sem comida do que sem água, o homem pode ficar mais tempo sem amor do que sem respeito.

Sendo assim, pergunto a você que é mulher e conseguiu chegar até aqui sem algum desejo de vingança contra mim, quanto tempo levaria para superar um “eu respeito você, mas não a amo”? Certamente ficaria no mínimo chocada com uma afirmação desse tipo. No caso dos homens, apenas troque de lugar as palavras “amor” e “respeito” e saberá o quanto esta última importa para nós.

Preciso deixar claro aqui que não estou desabafando. Sim, minha esposa já agiu desrespeitosamente comigo da mesma forma que já agi desamorosamente com ela. Mas a cada dia temos superado nossas tendências afetadas pela queda e a graça de Deus tem prevalecido em nosso casamento.

A despeito de você ter concordado ou não com o que escrevi até aqui, recomendo fortemente a leitura do livro “Amor e Respeito”, de Emerson Eggerichs, cuja obra inspirou esta postagem. Meu propósito com tudo isso é, estando motivado pelo amor e obediência a Palavra de Deus, alertar para algo importantíssimo que o Senhor nos tem revelado e que, infelizmente, temos menosprezado.