Muito bem, moçada, mais conteúdo em áudio pra você entender melhor a bíblia. Nessa entrevista, Bibo conversa com o mestrando André Felipe, professor de História, que está investigando as influências do período interbíblico na formação no NT. E aqui, focamos nos anjos. Ouça e aprenda um pouco mais!
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Muito legal o assunto! Uma dúvida: no Antigo Testamento o único relato que tenho memória de opressão foi a de um espírito mau mandado por Deus para atormentar Saul (1 Sm 16,14-23). Mas nenhum caso claro de possessão. Fora as fontes extra-canônicas e o Novo Testamento, qual pista podemos ter no AT sobre o assunto? Agradeço desde já!
Olá Tainá
realmente, no AT é difícil ver alguma coisa como possessão demoníaca. O que vemos são espíritos – e que em alguns casos são enviados da parte de Deus – para acometer algum mal à pessoa. Por exemplo 1. Sm. 18:10, no qual Deus manda um espírito maligno se apoderar de Saul. Mas se isto é um caso de possessão, se Deus mandou ou deixou isto acontecer, é caso para longas discussões…
Obrigado
No livro de Josué no Cap 5, vers 13 a 15 nós lemos a descrição do encontro de Josué com um anjo empunhando uma espada e que se apresenta como Comandante do Exército do Senhor. Bom o livro de Josué foi escrito antes de qualquer exílio sendo assim não podemos dizer que essa imagem de anjo tenha sido influenciada por religiões persas. No livro de Jó vemos Satanás de forma personificada, Jó foi escrito muito antes do período intertestamentario. Como você explicaria essas duas passagens, André ?
Olá Paulo César, obrigado por suas perguntas.
Em Josué, a minha impressão é de que a passagem usa a palavra anjo como uma personificação do próprio Deus, como o Senhor dos Exércitos. Mas, mesmo sendo um anjo, não é usada esta denominação lá, porque o texto diz que apareceu um homem com uma espada na mão, tanto que Josué perguntou se ele era amigo ou inimigo. Desta forma, este texto também representa o que eu quis dizer sobre anjos no AT, que eles são mais figuras humanas do que sobrehumanas.
No livro de Jó, a história é bem antiga, e existem discussões se a moldura que é antiga e a poesia é pós-exílica. De qualquer forma, existem algumas coisas que nós acreditamos sobre o Diabo que não casam com esta história. O Diabo está na assembleia de anjos, se apresentando diante do Senhor. Não é esquisito Satanás se apresentar diante de Deus? Ou ele se apresentar junto com outros anjos?
Por isso, estudiosos como Georg Fohrer, na História da Religião de Israel, defendem que o satanás do AT, especialmente em Jó, é mais uma função do que uma pessoa. A função do acusador, do promotor que veio testar a fidelidade do povo de Deus, ao invés de ser um mal personificado.
Obrigado
André, fico muito grato pela sua atenção as minhas perguntas, muito obrigado.
Ainda sobre a figura angélica no AT:
Nós também temos a Passagem de Gênesis 3, onde Deus envia Querubins para
guardarem o Jardim e quando conferimos em Ex 25:18-22 Deus descreve os
Querubins como seres Alados, de aparência sobrenatural. Também em 2 Reis 6:17
é relatado sobre um verdadeiro exército celestial (anjos de combate).
Já lá em Lucas, no NT, após o período intertestamentário, quando um anjo vai anunciar a Maria o nascimento de Jesus,
ainda que ele seja nomeado percebemos na passagem que ele tinha a aparência de
um homem comum. Então biblicamente eu não percebo esse upgrade na Teologia Judaica concernente aos anjos.
Com relação a Satanás no livro de Jó, não posso dizer que acho esquisito, no sentido de “algo está errado” e também não acho que essa historia não casa com o que acreditamos sobre ele. Basicamente, acreditamos que satanás foi um anjo que um dia pecou e por isso foi expulso do céu mas nada sabemos além disso. Só para exemplificar o que estou dizendo quando um aluno é expulso de uma escola isso quer dizer que ele não pode mas estudar lá, mas pode ser que ele tenha total liberdade para voltar o dia que precisar e marcar um horário para falar com o diretor.
Talvez eu não esteja te entendendo direito mas gostaria de deixar claro que o podcast me acrescentou muito e gostaria de te ouvir mais vezes.
Olá Paulo
fico feliz que o podcast ajudou acrescentou, afinal de contas, acredito que um dos objetivos deste blog seja exatamente este, um ambiente de discussão teológica saudável.
Abraços.
Muito bom o Audiopost, ótima entrevista, e o assunto é bem interessante!
Bibo fantástico este áudio post.
André parabéns pela fluência nas explicações. Sinceramente espero ansioso um retorno seu com novas exposições.
André poderia relacionar os mais importantes pseudos escritos e a editora de lançamento dos mesmos???
Deus abençoe!!
Olá
é difícil encontrar estes livros traduzidos para o português. Não encontrei em bibiotecas nem para comprar fácil, e tive que recorrer ao meu orientador, que por sorte tinha este aqui:
PROENÇA, Eduardo de. (org.) Apócrifos e Pseudo-Epígrafos da Bíblia, São Paulo : Fonte Editorial, 2005.
ele é uma coletânea de praticamente todos.
O mais importante, na minha opinião, é o de Enoque.
Obrigado
Mais um excelente áudio post. Bibo seria correto afirmar que o diabo foi sendo construído, elaborado pelo pensamento cristão e que no Velho Testamento não havia a figura do diabo como pessoa (reconheço que a passagem de Jó nos remete a uma pessoalidade do diabo) como oponente a Deus, mas como uma força perversa que agia pela vontade e permissão de Deus. E que somente no Novo Testamento a figura diabólica passa, sim, a ser descrito como um ser pessoal. Um adversário pessoal e atuante no mundo?
O André é o CARA!!! Vocês deviam ‘assinar um contrato com ele’ (kkkkk). Ele uma explanação com muita segurança e embasamento de alto nível. Muito show!!!
Muito bom esse áudio post. Bibo, valeria até um BTCast inteiro, principalmente pelo fato de ter muita curiosidade sobre os apócrifos e os pseudo-epígrafes. Parabéns.
Porém me surge uma dúvida.
O fato de que essas figuras estão baseadas numa religião pagã, não desconfigura sua veracidade? Não fica parecendo que se veio baseado do paganismo, tudo isso não passa de imaginação e ponto?
E fiquei também curioso com os pseudo-epígrafes. Os textos e as histórias devem ser tratados como verídicos ou simplesmente literatura da época? Serve para embasamento de estudo como complemento bíblico?
Grande abraço.
Leonardo
Muito bom o audiopost pessoal. Recomendado!
Abraço
EddieTheDrummer (PADD)
Poderiam disponibilizar o link para o artigo do André?
Um post que destoa do conteúdo dos demais conteúdos. Achei fortemente humanista, parecendo alta crítica liberal explicando a “mitologia da Bíblia”. A forma e o teor poderiam estar saindo da boca de um ateu.
Você tem algum argumento contrario ao exposto ou é só critica pela crítica mesmo? Estamos abertos pro debate, quando quiseres.
Também achei isso Alexandre, destoa dos demais. Tu fala que a forma e teor pareciam estar saindo da boca de um ateu, na verdade eu achei que era um ateu, no estilo Nietzsche ou Dawkins, desmistificando a nossa fé Cristã, dizendo o quão o Cristianismo é cultural, humano.
Não estou fazendo uma crítica ao André Filipe e aquilo que ele discorreu, entretanto o que ele diz simplesmente mina a fé Cristã e toda a sua cosmovisão, em suma, seria a mesma coisa que na próxima vez ter um podcast sobre a “Genealogia da Moral”, “Deus não é tão Grande” e outros livros de escritores ateus.
#Apologética tô fora –> ass: Bibotalk.
Não houve um debate.
Olá Bruno e Alexandre, obrigado pelos comentários. Talvez eu não tenha explicado alguns dos pressupostos básicos do meu trabalho , que também são os pressupostos da minha fé.
Acredito que é possível sim estudar a História de Israel, ou História da Religião de Israel, ou ainda a História das Crenças em Israel a partir dos contatos com outros povos, a partir de evoluções teológicas. A diferença que me impede de ser um “humanista”, ou de analisar o Antigo Testamento como um simples livro de qualquer outra religião é acreditar que existe um Deus que conduz este processo.Estas coisas todas aconteceram, as crenças evoluíram, os contatos com os povos transformaram a religião, mas esta foi a forma como Deus conduziu isto.
Portanto, estudar isto não é desmistificar a fé, mas entender como Deus pode usar ferramentas tão diferentes para chegar na sua revelação. É o que nós chamamos de Revelação Progressiva de Deus. Estou conversando com o Bibo para fazermos um post sobre isso.
valeu
André Felipe
Poderiam disponibilizar o link para o artigo do André, citado no audiopost? –
Excelente…
muito bom esse assunto