Em tempos de desvios gritantes, esse dom ministerial se faz urgente em cada comunidade de fé. Muitos hoje em dia dizem ter tido uma nova “revelação”, uma nova interpretação dos textos bíblicos nunca antes proferida. Isso é muito perigoso.
A interpretação que visa a originalidade, ou que prospera com ela, usualmente pode ser atribuída ao orgulho (uma tentativa de “ser mais sábio” do que o resto do mundo), ao falso entendimento da espiritualidade (segundo o qual a Bíblia está repleta de verdades profundas que estão esperando para serem escavadas pela pessoa espiritualmente sensível, com discernimento especial). Ou a interesses escusos (a necessidade de apoiar um preconceito teológico, especialmente ao tratar de textos que, segundo parece, vão contra aquele preconceito) […] O que queremos dizer mesmo é que a originalidade não é o alvo da nossa tarefa.
A função do verdadeiro mestre não é a originalidade, descobrir aquilo que ninguém descobriu, mas clarificar o que foi preservado nas Escrituras e expor o sentido claro do texto.
Esse texto é parte do capítulo sobre o Mestre no livro Teologia Pastoral, do curso da EPOS www.ceeduc.org