BTAsk 03 – Música secular no BTCast

Galera, curto o BTCast e costumo recomendá-lo para o pessoal da minha igreja. Mas não entendo o uso de músicas seculares na edição. Algumas são bem conhecidas pelas pessoas em geral e, inclusive, são tocadas em baladas. Em outras ainda há o problema de as letras possuírem mensagens sensuais. Assim, por que usar esse tipo […]



21 de janeiro de 2015 Bibo BTAsk

Galera, curto o BTCast e costumo recomendá-lo para o pessoal da minha igreja. Mas não entendo o uso de músicas seculares na edição. Algumas são bem conhecidas pelas pessoas em geral e, inclusive, são tocadas em baladas. Em outras ainda há o problema de as letras possuírem mensagens sensuais. Assim, por que usar esse tipo de música quando há tantas que são feitas por cristãos, bem executadas e que acima de tudo são consagradas ao Senhor?

Olá caro ouvinte.

Primeiramente quero agradecer pela preocupação sincera com o nosso trabalho. Não tenha dúvidas quanto a seriedade com que o fazemos e de forma alguma é nossa intenção servir de tropeço para os nossos irmãos na fé, principalmente por conta de uma questão secundária.
Mas é justamente por estar nesse plano (secundário) que desejamos fornecer algumas explicações quanto a sua dúvida, já que não é a primeira vez (e provavelmente não será a última) que somos questionados por isso.

Então, quanto a questão em si, não pretendemos fazer disso um estudo de caso, mas as assim chamadas “músicas cristãs” infelizmente nem sempre são tão cristãs como se pensa. Fazendo uma análise superficial de algumas dessas canções é possível encontrar com frequência erros teológicos dos mais diversos, que em nada refletem o ensino bíblico, sem contar as melodias maçantes e feitas tão somente para vender cds. Logo, em muitas dessas músicas a intenção de serem consagradas ao Senhor passa longe.

A trilha sonora do BTCast é quase que 100% composta de músicas seculares. Isso se dá pelo fato de que a melodia delas, em geral, é melhor elaborada e tem um apelo sonoro mais agradável e divertido. Do total dessas músicas uma parcela maior é instrumental e a outra parcela, a menor e que contém letra, costuma ser de origem estrangeira, mais precisamente de língua inglesa. Todas elas servem de “bgs” (background), isto é, ficam no fundo da nossa fala, com a função de ambientar e acompanhar o tom da discussão.
Dos bgs com letras é praticamente impossível discernir o que eles dizem, primeiro, por conta da fala inglesa dos intérpretes (a maioria dos nossos ouvintes não possui conhecimento da língua) e, segundo, por conta do baixo volume, de modo a não competir com a voz dos BTCasters.

Logo, se o problema maior é a letra, um ouvinte só saberá o que está sendo cantado no bg se ele previamente conhecer a música e/ou ir buscar pelo seu significado após ter ouvido ela no programa, o que é pouco provável, já que a letra fica imperceptível pelas falas dos BTCasters, como já foi mencionado. Dessa maneira, tecnicamente falando, é praticamente impossível qualquer ouvinte ser “afetado” pelo conteúdo dessas mesmas músicas.
Em todos os casos, sim, eventualmente uma ou outra música pode conter conotação sexual, mas o que está sendo explorado delas é a melodia, não as letras. Fosse o caso, deixaríamos na edição um trecho maior pra os ouvintes escutarem, mas não o fazemos uma vez que esse não é o propósito na utilização delas. É válido dizer ainda que, apesar de fazermos o BTCast para a glória de Deus, ele possui um apelo comercial e não tem o propósito de ter um aspecto cúltico tal como um cristão que se dirige a sua congregação em dia de culto público. É preciso ter em mente essas diferenças.

Em tempo, não fazemos distinção entre música “sagrada” e “secular”. Entendemos que pela graça comum Deus confere dons a todos sem distinção e que é possível que não cristãos produzam arte de maneira séria e primorosa, tal como qualquer cristão o faria.
Concluímos dizendo que, sim, possuímos um crivo, mas que ele não é afetado de forma negativa pelos princípios técnicos citados acima.

Ps: O mesmo vale para o BTVlog e BTPapo, nossas atrações em vídeo.

Abraço.

Mac.


26 thoughts on “BTAsk 03 – Música secular no BTCast

  1. Concordo plenamente, e quero deixar aqui uma opção para quem quiser conhecer música cristã de qualidade, tanto em letra como em melodia, tanto nacional como internacional. Tem muita coisa boa por ai, no mais Btcasters, continuem do jeito que está, ta ótimo! hehehe abraços! Fiquem na paz!

    Sim, o site que indico é o Apenas Música, eu e mais 2 amigos tentamos fazer o melhor para indicar boas músicas pra galera.

    http://www.apenasmusica.com.br

    1. Iron Maiden tem música mais cristã do que a maioria do gospel hoje no Brasil. Pode não ser a intenção deles divulgar o cristianismo, mas tem.

        1. biblica nao quer dizer que seja cristã!!! “monte castelo” do legião urbana é baseada em 1 Corintios 13, mas não é uma musica cristã…

          1. Acredito no combo. Monte Castelo é um excelente exemplo, não foi composta por um cristão, não teve o objetivo de ser, porém não fere nossos valores. Afinal, é só o amor que conhece o que é verdade, não?

            Mas é claro que devemos ter uma percepção do impacto de cada coisa que decidimos consumir, ou o “tudo se fez novo” não teria sentido.

    2. Tem bem mais musicas “secular” que falam do reino do que as próprias que se dizem “gospel”. Que história, rapaz! Garanto que não!

  2. Acho sempre muito interessante essas discussões sobre música secular vs. gospel.

    Lembro com muito carinho do BTCast 075 Nossa Brasilidade, com Marcos Almeida; Onde pude expandir um pouco mais o “leque” sobre o tema.

    Por vezes, fico um pouco assustado quando se discute apenas questões parciais, sendo elas estéticas, de gênero musical, cultural, concepções melódicas ou harmonicas, estilos de interpretação, tudo isso em detrimento do conteúdo (que na minha opinião, é mais forte do que a letra, vai desde a vida do autor, sua expressão de poesia e lógica do seu pensamento, composição).

    A música é arte e é um presente de Deus para nós! Não vejo que ela tanha que ser consumida apenas em ambiente religioso ou dito secular. Como qualquer coisa na vida, deve ser avaliada e temos que “reter o que é bom”.

    Pessoalmente, acho singular o jeito que o Mac edita as atrações do BT. Parece que faz parte da nossa rotina e cotidiano, sem parecer um “produto de consumo pra crente”.

    Afinal, somos chamados para ser sal e luz ou pra sermos “fatiados” como um segmento ou nicho social para “comprar coisas que somente crente compra”?

    Sou entusiasta de muito conteúdo bom produzido por cristãos e não vejo como tragédia a música “gospel” brasileira. Talvez, nos falte um pouquinho mais de paciência (e menos preconceito) para discubrir novas canções e ter novas experiências musicais.

    Como diz João ALexandre: “Não existe música santa ou profana, existe música boa e ruim”.

    Obrigado Mac pela resposta, mas agradeço principalmente ao nosso(a) amigo(a) que fez a pergunta! Muito honesta e sincera. Show de bola!

    1. Eu é que agradeço o comentário, Quenani.

      Destaco a sua frase: “Pessoalmente, acho singular o jeito que o Mac edita as atrações do BT. Parece que faz parte da nossa rotina e cotidiano, sem parecer um ‘produto de consumo pra crente’.”

      Quando pessoas como você entendem isso eu realmente fico muito feliz 🙂

      1. Eu to ouvindo uma bandinha pop muito bacana, apesar de eu ser rockeiro. Chama-se Imagine Dragons. Pode indicar pro queridão aí. É muito mais legal do que Thales, Aline Barros, Diante do Trono e outros lixos mais. E ainda tem dragão no nome hein! Agora ele pira mesmo kkkkkkk. Brincadeira. Abraço.

  3. Tenho ouvido os podcasts do BTCast a pouco mais de 30 dias e foi gratificante conhecer o trabalho de vocês (através do portal Irmãos).

    Em relação ao assunto, concordo que a qualidade da música gospel nacional não colabora com quem vai fazer alguma edição áudio/vídeo e precisa escolher um background. Foi essa a minha dificuldade ao buscar músicas para vídeos que comecei a produzir, porém, ao invés de buscar na música secular, procurei ver como os gringos estavam nesse quesito. Para minha grata surpresa, consegui um ótimo material que atendeu minha necessidade, como Josh Wilson / Jamie Grace / tobyMac.

    Meu objetivo era usar músicas que falassem de Deus, ou pelo menos que essa fosse a intenção. Logicamente não tenho a garantia de que essa foi a motivação dos compositores, porém tenho muito mais chances de atingir meu objetivo assim, já que na música secular essa motivação para adorar a Deus deve ser muito mais escassa.

    “Pois só Ele é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e toda adoração”. Creio que a música seja mais que simples notas ou arranjos, a letra e a melodia transmitem uma mensagem para a alma, transmitem valores e comunicam mais do que percebemos (as vezes mensagens que não são de Cristo). Prefiro “me arriscar” com músicas cuja a motivação do coração de quem as fez seja adorar a Deus e parto do princípio que seus compositores são “inocentas até que se provem o contrário”, se é que você me intente.

    Pretendo estudar mais sobre o assunto e entendi seus argumentos.

    Não posso deixar de parabenizar a vocês pela notável evolução na qualidade dos podcasts, principalmente no quesito EDIÇÃO. Ouvi podcasts mais antigos e é realmente visível (ops, audível) como está melhor. O tempo das músicas de background entre as transições ficaram mais curtas (muito mais agradável assim), o volume na altura certa, não atrapalhando em anda a concentração e a audição do podcast… os efeitos (e áudio externos) usados sempre na medida certa e com uma boa dose de humor e sempre bem sincronizados… PARABÉNS… Sei que esse tipo de capricho demanda muito tempo.

  4. Mac, primeiramente parabéns pelas edições dos Podcasts. São sensacionais! É interessante como você consegue harmonizar a mensagem do podcast com as músicas e edições.

    Penso, no entanto, que o material do BiboTalk seja especialmente direcionado para a edificação do corpo de Cristo, e, portanto, a probabilidade de alguém se escandalizar com uma música “secular” é bem alta. Penso também que não seja um trabalho hercúleo encontrar músicas que atendam aos dois públicos (os que aceitam e os que não aceitam músicas seculares) sem, contudo, perder a grande qualidade atual das edições.

    Eu, por exemplo, não me sentiria confortável ao ouvir uma música no Podcasts de vocês que transmita uma mensagem sensual, ou que confronte os princípios cristãos que acreditamos (acho já deva fazer parte do crivo de vocês).

    Enfim, de modo geral, as músicas são de maioria instrumental, e acho que são poucas as vezes que alguém se escandalize com alguma música nos podcasts.

    Continuem com esse trabalho excepcional!!!

  5. Concordo que existem músicas que se encaixam no gênero “Golpel” mas que na verdade são puras heresias… Mas não concordo com sua explicação de que muitos ouvintes não tem conhecimento da língua inglesa, por isso não vão entender o que está sendo cantado… Então já que é assim, eu posso apregoar na minha Igreja falando em inglês e durante a ministração falar várias palavras de baixo talão, eles não vão entender mesmo não é?

  6. Penso que não tem problemas a utilização das ditas músicas seculares no btcast, fica legal interessante… Não afeta o conteúdo, o que interessa é o que está sendo discutido/abordado.
    E outra, ouço algumas músicas seculares(a maioria das gospel são muito ruins, com letras ruins mesmo, a maioria para o ego do homem) ouvindo estas músicas seculares eu seleciono.

    Os que pensam que não pode de forma alguma ouvir músicas seculares, não podem ir ao cinema, ver TV, filmes(não são músicas gospel que passam em tais programações.
    É isso que penso.
    E parabéns pelo btcast, amo amo amo…

  7. Acho demais as músicas, e junto com a edição é espetacular a combinação e sinergia. Consegue manter em alerta e atento, saindo da monotonia e ajudando no climax.

    Pode continuar com total liberdade! Afinal BTcast partiu deste princípio e está aí hoje atingindo ouvintes de todos os lados, impactados pela palavra.

  8. Primeiramente parabéns pelo trabalho de vocês, conheci nesta semana pelo podcast do B9 sobre Cristianismo Primitivo, com o Ivan. Achei fantástico. Passando pelo site encontrei vários temas que me interessam, inclusive este: música.

    Ouço música secular. Na verdade, eu não vejo essa separação, acho que Deus não trabalha com moldes humanos, ele é muito mais que isso.

    A música é talvez a arte que me chame mais a atenção, a que eu mais gosto, a que me toca mais. Talvez por isso eu tenho um cuidado muito grande com o que ouço. Com o tempo, acabei criando filtros não só por gosto de gênero, mas de apelo: “essa música fere meus princípios?”, “me faz pensar?”, “me muda em alguma coisa ou me tira do comodismo?”. Quando a resposta é positiva, não deixo de ouvir ou disseminar. Quando eu não compro a ideia, posso manter como repertório, mas não na playlist.

    Acho muito válido o questionamento do ouvinte e a seriedade com que vocês responderam, parabéns novamente.

    Assim, se vale a dica, considero importante pensar na música não apenas como um “preenchedor de lacunas”, mas como parte do todo, parte da mensagem. Então, é importante que ela diga algo positivo a quem está ouvido , ainda que apenas como plano de fundo.

  9. Quero primeiramente parabenizar este trabalho maravilhoso que vocês fazem, faz pouco tempo que conheci o bibotalk e tenho escutado muitoss podcast, principalmente da série Plenitute dos tempos (me tornei mais um amilenista diga-se de passagem….)
    Quand
    to ao assunto gostaria de deixar minha opinião também…
    Sou convertido a 16 anos, e durante um bom tempo, até por pregações feitas em minha igreja, eu deixei de escultar músicas seculares, chegando até o ponto de jogar todos meus cds fora.
    Porém, de uns 6 anos pra cá tenho mudado este meu conceito quando comecei a entender e separar as coisas. Primeiro que música é arte e é um dom que vem de Deus, e há muita gente que fazem trabalhos maravilhosos não sendo cristãos, e segundo que adoração é algo algo totalmente diferente, ou seja, eu posso admirar um trabalho de música secular assim como admiro um quadro, um filme, etc.. e por outro lado, ter o meu momento de adoração a Deus, entregando a Ele meu verdadeiro louvor.
    Se eu disser que tudo que não seja música Cristã é do diabo, eu não estaria julgando milhares de músicos e cantores seculares pelo trabalho que fazem, sendo até muitos deles cristãos?
    Já ouvi pregadores dizendo pra não comprar cd de determinado cantor evangélico porque ele estava em pecado porque mudou de igreja, traiu a mulher, sei lá… mas aí pergunto: Eu tenho que ouvir música cristã de cantores que eu creio que seja “santos”? Não!
    Independente do cantor ou banda, se ele estiver em pecado é ele e Deus.. o que me importa, é através daquele louvor entregar minha adoração a Deus.
    Que Deus nos ajude a julgar menos as pessoas, e a ter mais sabedoria, sabendo separar as coisas e não achando que tudo é pecado e nos levará para o inferno.

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