Não somente o nosso ministério, mas muitos outros que fazem um trabalho sério na internet recebem, constantemente, pedidos de aconselhamento. Por meio do Bibotalk, já respondemos a vários desses pedidos. Porém, alguns deles, por serem muito complexos, não puderam ser respondidos via e-mail. Na verdade, em todos os aconselhamentos, deixamos claro que a pessoa deve procurar seu pastor ou líder local, afinal, somos um ministério paraeclesiástico e jamais substituiremos a igreja local e seu papel no aconselhamento do corpo de Cristo.
Uma ouvinte, depois de ouvir o #BTCast 130 com o pastor Heber Campos Jr., pediu o e-mail dele para um aconselhamento. Porém, antes de passar, pedimos a permissão do pastor, e a resposta que ele nos deu reforçou ainda mais nossas convicções e nos deu uma luz para o caminho que vamos trilhar em 2016. Leia um trecho:
“Eu me compadeço delas, mas vejo uma série de problemas em tais aconselhamentos. Não digo que nunca devem acontecer, mas não acho o mais saudável.
Seguem algumas razões pelas quais tenho dificuldade de assumir esse tipo de compromisso:Primeiro: quem procura esse tipo de aconselhamento normalmente tem dificuldade de procurar alguém na própria cidade, ou por vergonha ou por achar que ninguém tem competência ou irá entendê-la (não é uma boa interpretação da igreja de Cristo espalhada pelo mundo – catolicidade da igreja).
Segundo: quem procura aconselhamento virtual tem mais dificuldade de se submeter a uma liderança local. Esse tipo de busca tende a incentivar um pastoreio esporádico (quando sinto que preciso), sem prestação de contas (“vantagem” de ser desigrejado). Isso não é espiritualmente saudável.
Terceiro: Pastorear é mais do que tirar uma dúvida em um e-mail. É caminhar com alguém até que sua perspectiva de vida mude. Isso toma tempo.
Quarto: quem se aconselha virtualmente (até pela limitação de tempo para expressar-se) consegue (mesmo que não intencionalmente) esconder mais coisas acerca da sua vida, do seu coração, que precisam ser mexidas.
Não estou dizendo que não há validade nenhuma em aconselhar virtualmente. Reconheço que, às vezes, é o único caminho; pessoas no passado fortaleceram umas às outras mediante cartas. Estou apenas levantando alguns pontos que são perigosos em pleno século 21 (um mundo virtual, com pouca prestação de contas), em um país como o Brasil, em que há uma grande quantidade de cristãos verdadeiros (não se trata do Afeganistão ou outro país fechado ao cristianismo).”
As palavras do pastor Heber de maneira alguma são uma censura a quem pede aconselhamento virtual, mas um alerta à nossa necessidade de termos amparo e pastoreio no local onde estamos.
Semana passada um jovem me procurou com um problema específico pedindo uma saída. Quando perguntei se ele já tinha pedido auxílio ao líder ou pastor local, ele disse que não, pois tinha vergonha.
Precisamos desse olho no olho, do abraço e mãos nos ombros.
Fica pra próxima reflexão o preparo que os pastores e líderes precisam ter diante das confissões de pecado, infelizmente, vivi numa realidade onde a última pessoa que você podia contar uma treta era para o pastor ou líder. Isso precisa mudar.