Ensaio sobre a Cegueira

  (Blindness) Canadá/Brasil/Japão, 2008. Direção: Fernando Meirelles. Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael García Bernal. Duração: 121 min. Embasado na obra do premiado escritor português José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira é um filme forte, não é um daqueles para reunir a galera e assistir depois do culto. É para assistir em silêncio e em […]



17 de agosto de 2011 Bibotalk Reflexões

 

(Blindness) Canadá/Brasil/Japão, 2008. Direção: Fernando Meirelles. Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael García Bernal. Duração: 121 min.
Embasado na obra do premiado escritor português José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira é um filme forte, não é um daqueles para reunir a galera e assistir depois do culto. É para assistir em silêncio e em sabedoria, e de preferência, estômago vazio.
Como seria uma cidade, um estado, um país ou o mundo se todos de repente começassem a ficar cegos? Uma pandemia de cegueira sobrevém sobre a humanidade, deixando-a a beira do colapso. O filme nos põe nos bastidores de um confinamento que isola os infectados e acompanhamos um grupo de pessoas, que tenta manter a ordem no caos. Filme forte, mas que pode gerar uma boa reflexão.
Quem enxerga, tem responsabilidades. O pastor Ed René Kivitz faz uma leitura interessante desse filme em seu artigo Ensaio sobre a Visão. Quero fazer coro com ele. A experiência cristã é semelhante a cegueira, mas no caminho inverso, pois éramos cegos, vivíamos em trevas, agora em Cristo, as escamas caem e a pessoa é transportada das trevas para a luz, em Cristo, temos visão, e quem tem visão, tem responsabilidade de guiar quem não tem.
O cristianismo brasileiro está formando um tipo de cristão muito perigoso: aquele que acha que enxerga. Kivitz diz que o pior cego não é aquele que não quer enxergar, mas aquele que acha que enxerga. Temos uma geração que está se distanciando da Bíblia, da verdadeira comunhão, do sentido real do cristianismo e se aproximando de uma cultura gospel podre. Cultura que promete avivamento sem Bíblia, cristianismo sem cruz.
Temos que nos perguntar: Fazemos falta? Ou somos um monte de gente que acha que enxerga, mas no fundo está tão cego quanto o mundo. Não adianta cantar no domingo “Como um farol que brilha a noite, como ponte sobre as águas…” e não se coçar na segunda!
Sei que são palavras fortes, e elas me estraçalham sempre pela manhã: Deus eu quero ser relevante, quero levar a sério a visão que me deste, ajuda-me! Encerro com as palavras de Kivitz:
“Contrariando o dito popular que afirma que o pior cego é aquele que não quer ver, podemos crer que a pior cegueira é a cegueira da cegueira. Quem transforma a fé em Cristo numa crença inconseqüente é cego que pensa que vê. E é cego de sua própria cegueira, o que faz dele o pior dos cegos. A distância entre a cegueira e a visão é a mesma que separa a indiferença do engajamento. Quem recebe a graça de ver recebe a missão de servir.”
Rodrigo BiboTalk
@bibotalk