Por Rodrigo Bibo

Como dizem os entendidos, vivemos na sociedade do espetáculo e da performance.
Diariamente sofremos a pressão para sermos a melhor versão de nos mesmo e superarmos nossos limites. Como se toda a nossa jornada tivesse como destino o topo! Se você não for super, será supérfluo!

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Boa parte da espiritualidade cristã também aderiu esse discurso. Músicas e pregações fomentam um ativismo religioso e uma espiritualidade circense, aquela que fica bem nos stories. Em nome da relevância e do deixar uma marca em nossa geração criamos um mix de experiências sagradas. Tudo se torna extraordinário e super! Na busca por um novo de Deus se deixamos guiar por todo vento de doutrina e experiências alheias. Em nome do novo, desprezamos o velho, aquilo já estabelecido pelos milênios de tradição.

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Penso, e posso estar errado sobre isso, que a resposta cristã para esse mundo de sensações, correrias e cansaços seja a mediocridade! Seja o comum e o ordinário. Se folhearmos as páginas da Bíblia veremos constantemente o ordinário e Deus se revelando nele. Muitas vezes lemos os relatos de milagres e desapercebidos achamos que eles ocorriam a todo momento. Presta atenção, existem intervalos grandes entre um e outro, as vezes décadas. Até mesmo no curto ministério de Jesus, que foi muito intenso, temos dias e semanas de intervalo. Milagres são acessórios de Deus, não o seu modo padrão.

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A narrativas bíblicas mostram histórias extraordinárias? Mostram! Mas também muita gente comum que encontrou Deus na mediocridade da vida. Não dá pra todo mundo ser Davi ou Paulo, Débora ou Ester. Tem que ter Amplíato e Urbano, Júlia e a mãe de Rufo, pessoas que estão na Bíblia mas não foram super, ninguém escreveu sobre elas e seu legado para a sua geração, se é que deixaram algum. Sabemos que elas foram importantes para Paulo, marcaram a vida e o ministério dele. E talvez alguns ali da lista de Romanos 16 não fizeram nada além disso. Mas quem disse que precisa? Como foi feliz Chesterton quando disse: “A coisa mais extraordinária do mundo é um homem comum, uma mulher comum e seus filhos comuns”.
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Que sejamos fiéis a Deus e a sua missão, isso nos guiará pelo trabalho e pelo descanso.

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